CRIANÇA COM PÊNIS PEQUENO
" Doutor, o que está errado com o pênis do meu filho? Ele nunca parece exteriorizado e o do seu irmão é normal. "
Esta é uma queixa relativamente frequente no consultório do Uropediatra. Uma genitália masculina de tamanho inadequado na adolescência tem um enorme impacto no desenvolvimento psicossexual. A avaliação precoce e o tratamento adequado, por uma equipe especializada, são de fundamental importância para minimizar esse problema.
Quais são as condições presentes numa criança com pênis pequeno?
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Micro pênis (verdadeiro) – condição muito rara, na qual o bebê apresenta um pênis de aspecto normal, porém de tamanho muito menor que o normal para a sua faixa etária. O corpo peninano é extremamente fino, semelhante a carga de uma caneta Bic. Normalmente, num recém-nascido a termo, o pênis mede entre 2,5 a 3,8 cm, quando ligeiramente estirado da ponta da glande ao osso púbis. Quando menor que 1,9 cm num recém-nascido a termo é considerado micro pênis. Esta condição pode estar associada com outras condições médicas tais como alterações hormonais ou desordens genéticas.
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Pênis embutido – o tamanho do pênis é normal, porém a gordura local impede a visualização completa do mesmo, o que faz com que pareça menor que o tamanho para a idade. Algumas vezes, pode levar a um erro diagnóstico com relação ao micro pênis. A queixa geralmente surge numa idade mais tardia. Geralmente, os meninos apresentam obesidade.
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Pênis sepultado (“buried penis” ou “concealed penis”) - malformação na qual o pênis está “escondido” abaixo da pele da bolsa escrotal, períneo, abdômen inferior num tecido subcutâneo usualmente espesso. Na imensa maioria dos pacientes o tamanho do pênis é absolutamente normal. Alguns pacientes, a condição é observada após a realização da circuncisão.
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Fusão peno escrotal (“webbed penis”) – malformação na qual a face inferior do pênis está “colada” à bolsa escrotal. Existem graus variáveis desta fusão. Pode ocorrer isoladamente, ou associada à outras alterações penianas.
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Transposição peno escrotal – malformação na qual a bolsa escrotal se implanta acima da base do pênis.
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Pênis pequeno – condição na qual o pênis tem um tamanho abaixo da média esperada para a idade, porém dentro da faixa de normalidade. Os gráficos de acompanhamento do desenvolvimento peniano apresentam a média e dois desvios padrão (1.5 e 2.5) acima ou abaixo dela.
Qual a causa do micro pênis?
O desenvolvimento genital é dependente de uma sequência de eventos que são determinados principalmente pelos hormônios e cromossomas. Uma falha na produção suficiente de andrógenos (hormônios que produzem o desenvolvimento genital masculino), ou se o organismo não responde a estes hormônios o desenvolvimento genital será afetado. O micro pênis é atribuído a uma insuficiência androgênica durante o desenvolvimento fetal.
Como fazer o diagnóstico de pênis pequeno?
O diagnóstico é feito através do exame físico cuidadoso pelo Uropediatra, no qual irá fazer a mensuração correta do pênis, avaliação dos testículos e bolsa escrotal. Os valores são lançados em gráficos específicos do desenvolvimento peniano e puberal.
Qual o tratamento do micro pênis?
Quando o diagnóstico de micro pênis for efetivamente estabelecido a abordagem deverá incluir uma equipe especializada e multidisciplinar (Pediatra, Uropediatra, Endócrinologista, Geneticista e Psicólogo). Um pênis muito pequeno traz impacto devastador no espectro psicológico e físico. Antigamente, esta condição era tratada com desordem do desenvolvimento sexual e a opção mais utilizada era a transformação da genitália masculina em feminina. Não houve evidência de sucesso satisfatório e foi observada uma alta incidência de desordem de identificação de sexo. Hoje a reversão de sexo não é mais considerada como escolha de tratamento para o micro pênis. A terapia hormonal está indicada para algumas destas crianças para estimular o crescimento peniano.
Qual a conduta para o pênis embutido?
Geralmente o controle da obesidade irá resolver esta condição, não precisando de tratamento cirúrgico. Estes meninos devem ser seguidos por um Uropediatra para acompanhamento do desenvolvimento genital. O uso de hormônio está geralmente contra indicado.
Qual o tratamento dos meninos que apresentam pênis sepultado, fusão peno escrotal ou transposição peno escrotal?
Por se tratarem de malformações congênitas não regridem espontaneamente e irão requerer tratamento cirúrgico dependendo do grau de extensão da mesma. O diagnóstico é estabelecido nos primeiros meses de vida e quando indicada a cirurgia é realizada precocemente. Os profissionais com experiência em reconstrução de genitália estão habilitados a corrigir estas malformações de forma muito satisfatória.
O que fazer para os meninos com pênis pequeno?
O primeiro passo importante, é o diagnóstico correto pelo especialista. Estes meninos devem ser monitorados semestralmente para mensuração do canal de desenvolvimento peniano. Não se recomenda o uso de hormônios nos meninos pré-púberes, com rasíssimas exceções. No início da adolescência, conforme os achados clínicos e laboratoriais poderá ser necessária suplementação hormonal criteriosa.